domingo, 15 de janeiro de 2017

Eduquemo-nos Para as Críticas


Nós precisamos aprender que ninguém é obrigado a gostar da nossa arte. Tudo é uma questão de “identidade”. Como disse Mario Quintana: “Quando não gostamos, é porque não é da nossa família”. Então já partimos para uma coisa mais profunda.
Mas a verdade é que nós precisamos nos educar para receber os nãos da vida. Tem tanto exemplo de pessoas que venceram, apesar de terem recebido muitos nãos. 
Muitas vezes, elogiar uma arte sem ter gostado, é mais prejudicial do que falar a verdade, ou não dizer nada. Isso ilude o artista. Faz com que ele pense que está agradando, quando na verdade não está. Essa questão da educação, “por educação”, só induz ao erro. Principalmente em se tratando de arte. A pessoa pode até gostar de uns “ferros retorcidos”, sem saber porquê gostou, sem entender “patavinas” sobre escultura. Pode ficar atraída por alguns “rabiscos” em um quadro, sem entender nada sobre pintura. Pode gostar das performances do balé, pode gostar de musica “de vanguarda”... sei lá! Pode gostar de um monte de coisas sem que, para isto, precise ter algum conhecimento básico. Este conhecimento adquire-se com o tempo, com um envolvimento maior (ou não).
É lógico que eu gosto quando alguém elogia o que escrevo. Mas fico preocupado em saber até onde vai a sinceridade daquele elogio. Às vezes alguém elogia você, esperando uma retribuição. A gente vê muito disso na Sociedade: os “educados” se elogiam, se beijam, se abraçam e sorriem. Tudo isso com um perfume de falsidade. No meio literário a gente sente esse “perfume” de longe... Eu, como meu perfume é só o do sabonete, fico me lavando toda hora, pra não ficar “fedendo” no meio dos perfumados.
Mas a verdade é esta: precisamos de SINCERIDADE em todos os meios. Deixem para elogiar se realmente se sentirem “impulsionados” a fazerem isto. Caso contrario, fiquem calados. Deixem que cada um se exponha e gaste suas energias como achar melhor. Eu gasto a minha aqui, fingindo que escrevo. Faz um bem... E não precisa “elogios”.   

A.J. Cardiais
19.12.2011
imagem: óleo s/ tela de Deraldo Lima

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