imagem: a.j. cardiais
Quando um colega de firma, de
Belém do Para, esteve a serviço em Salvador, resolvi servir de guia turístico. Então, nos
dias de folga, eu saía levando ele para conhecer, além dos pontos turísticos,
os botecos e buracos de Salvador. Não lembro quanto tempo ele ficou trabalhando
aqui em Salvador, só sei que foi tempo suficiente para conhecer minha família,
meus amigos, os lugares por onde eu andava e um pouco sobre minha pessoa. Quando ele foi embora, numa época de natal,
entregou-me um cartão que, entre outras coisas, estava escrito assim: “Amas tua
terra, mas detestas teu povo”. Então eu logo respondi: realmente eu amo minha
terra, mas não detesto meu povo. Eu detesto a falta de respeito e de educação
do meu povo. Infelizmente meu povo ama esta terra, mas não sabe respeitá-la.
Quando eu estava estudando na
Escola Superior de Estatística, o professor de psicometria, Hugo (não lembro de
quê), num momento de descontração conversando com os alunos, falou: “Vocês não
sabem a terra que vocês têm. Vejam bem: eu nasci na Argentina, fui criado na
Espanha, conheço uma boa parte do mundo, e onde foi que eu achei de “fincar
minhas raízes”? Aqui, em Salvador. E vocês não sabem aproveitar isso.”
O cientista Elsimar Coutinho,
numa entrevista no programa Perfil (TVE), quando foi perguntado por que ele não
deixava o Brasil, já que muitos países gostariam tê-lo fazendo suas pesquisas
por lá. Então ele respondeu: “Eu não saio do Brasil, porque Salvador tem o
melhor clima do mundo”.
Não foi à toa que muitos
estrangeiros que “aportaram” aqui, não foram mais embora: Caribé, Pierre Vergê,
Kennedi Bahia...
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