sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Soteropolitanos Versus Salvador

imagem: a.j. cardiais

Quando um colega de firma, de Belém do Para, esteve a serviço em Salvador, resolvi servir de guia turístico. Então, nos dias de folga, eu saía levando ele para conhecer, além dos pontos turísticos, os botecos e buracos de Salvador. Não lembro quanto tempo ele ficou trabalhando aqui em Salvador, só sei que foi tempo suficiente para conhecer minha família, meus amigos, os lugares por onde eu andava e um pouco sobre minha pessoa.  Quando ele foi embora, numa época de natal, entregou-me um cartão que, entre outras coisas, estava escrito assim: “Amas tua terra, mas detestas teu povo”. Então eu logo respondi: realmente eu amo minha terra, mas não detesto meu povo. Eu detesto a falta de respeito e de educação do meu povo. Infelizmente meu povo ama esta terra, mas não sabe respeitá-la.

Quando eu estava estudando na Escola Superior de Estatística, o professor de psicometria, Hugo (não lembro de quê), num momento de descontração conversando com os alunos, falou: “Vocês não sabem a terra que vocês têm. Vejam bem: eu nasci na Argentina, fui criado na Espanha, conheço uma boa parte do mundo, e onde foi que eu achei de “fincar minhas raízes”? Aqui, em Salvador. E vocês não sabem aproveitar isso.”

O cientista Elsimar Coutinho, numa entrevista no programa Perfil (TVE), quando foi perguntado por que ele não deixava o Brasil, já que muitos países gostariam tê-lo fazendo suas pesquisas por lá. Então ele respondeu: “Eu não saio do Brasil, porque Salvador tem o melhor clima do mundo”.
Não foi à toa que muitos estrangeiros que “aportaram” aqui, não foram mais embora: Caribé, Pierre Vergê, Kennedi Bahia...


A.J. Cardiais

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