domingo, 16 de abril de 2017

Eu, Um Anti-Poeta?


Acho que sou um anti poeta, ou não existe nenhum poeta em mim. É só um personagem, um “encosto”... Sei lá. Não sei definir o que é “ser poeta”. Só acho que não é “só escrever poesias”. Deve ser muito mais do que isto. É uma filosofia de vida ou algo assim. Talvez eu esteja exigindo muito do pobre poeta, mas é assim que penso.

Quando tenho que participar de algum evento que é preciso dizer qual é a minha “função”, digo “poeta” com tanta timidez, que até parece que estou mentindo. E quando alguém me chama de poeta, eu adoro o título, mas fico como alguém que recebeu uma armadura bem maior que o corpo.

Para mim, ser poeta é uma responsabilidade muito grande. Quando penso em Castro Alves, Gregório de Matos, Cuíca de Santo Amaro, Rodolfo Coelho Cavalcante... (isto, só na esfera da Bahia) me sinto pequenininho. Não me acho digno de ostentar o título. O que alivia meu sentimento é ver tanta gente, só porque escreve alguns versos, se auto intitulando de poeta, sem ao menos procurar conhecer a história dos grandes poetas; sem procurar saber alguma coisa sobre a própria poesia. Mesmo que não faça uso do que leu, acredito que seja necessário saber “onde está pisando”. Eu, pelo menos, procurei e procuro saber alguma coisa sobre os poetas e sobre poesias. É esse pouco saber que me salva.

A.J. Cardiais
15.11.2011
imagem: a.j. cardiais

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