imagem: google
Num dos telejornais da Rede Globo
falando sobre os mendigos, eles disseram que os mendigos parecem invisíveis,
porque as pessoas procuram ignorá-los. Para ser sincero, eu também procuro
evitar estas cenas, já que me causam mal e eu não posso fazer nada por eles.
Dar esmolas não alivia nada e, às vezes, até piora a situação. As pessoas que
deveriam ver e ficarem preocupadas com eles, não estão nem aí. Recentemente um
“vereador” disse que os mendigos deveriam virar comida de peixes. Um cara desse deveria ser cassado, (ou caçado
mesmo) e nunca mais conseguir se eleger nem a síndico de prédio. Já que a Rede
Globo está “tão preocupada” com estes pobres miseráveis, bem que ela poderia
começar uma campanha pela mudança nos Códigos Penais, por uma Reforma Política etc,
que é através destas coisas que os benefícios chegam à população. Ela, a Rede
Globo, em vez de estar divulgando os BBBostas e dando dinheiro (para emagrecer)
a quem já tem muito, poderia estar fazendo alguma coisa com estas pessoas (os
mendigos) colocando-as confinadas em algum lugar (confortável) e filmando seus
progressos, seus comportamentos, suas
brigas etc. A única diferença é que não teria mulheres gostosas (?) nem homens
malhados (sic). Mas as baixarias e os “ensinamentos” seriam os mesmos. Ou
talvez até fossem melhores, dado a vivência dura dos “confinados
Mas já que estamos falando de
pessoas “invisíveis” perante a Sociedade, aproveito-me para falar das
profissões que são “invisíveis”: garis, vigilantes, porteiros, serventes,
motoristas de ônibus e até policiais. Estes profissionais só são “vistos” por
algumas pessoas, quando necessitam deles. Caso contrário elas passam e nem
enxergam que tem alguém ali: não dão um bom dia nem nada.
Eu tenho um exemplo muito
“pessoal” para mostrar a invisibilidade dos vigilantes: quando fui trabalhar no
Estado, entrei como vigilante. Na hora que os funcionários chegavam para bater
o ponto, a nossa obrigação era ficar em pé, ao lado da porta de entrada,
observando todos que entravam na repartição. Eu fiquei nesta função durante
alguns anos, depois pedi para ficar à disposição de outro órgão, e fui exercer
outra função. Um dia (no meio artístico), quando me apresentaram uma pessoa, eu
disse que já a conhecia. A pessoa então se espantou e disse: já me conhece de onde?
Então eu falei o nome do Órgão que eu trabalhava, que era o mesmo desta pessoa.
Aí o espanto foi maior: ela perguntou em que setor eu trabalhava, por que nunca
tinha me visto... Eu respondi que trabalhava na segurança, e que ela não tinha
nenhuma “obrigação” de me ver, mas eu tinha a obrigação de vê-la. Quer dizer:
esta pessoa passou por mim várias vezes, mas nunca olhou para mim.
Aqui cabe uma informação: esta
pessoa não exercia nenhuma função “importante” no órgão. Era simplesmente mais
um dos mil e tantos funcionários do Órgão. Imaginem se fosse algum “chefinho”
de pn. E tem mais: quando eles ficavam sabendo que eu, exercendo a função de
vigilante, cursava uma Faculdade, o espanto era maior. E assim foram muitas as
indiferenças e os espantos.
A.J. Cardiais
02.11.2013
Um comentário:
A arrogância das pessoas é uma tristeza... certa vez, escutei uma vizinha falando de seu pedreiro sobre as obras da casa: "Imagine só, ele querendo discutir comigo, que tenho MBA!" Pensei: pegue seu MBA e vá fazer uma parede!
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