imagem: google
Acho que sou um anti poeta ou não
existe nenhum poeta em mim. É só um personagem, um “encosto”... Sei lá. Não sei
definir o que é “ser poeta”. Só acho que não é “só escrever poesias”. Deve ser
muito mais do que isto. É uma filosofia de vida ou algo assim. Talvez eu esteja
exigindo muito do pobre poeta.
Quando tenho que participar de
algum evento que é preciso dizer qual é a minha “função”, eu digo “poeta” com
tanta timidez, que até parece que estou mentindo. E quando alguém me chama de
poeta, eu adoro o título, mas fico como alguém que recebeu uma armadura bem
maior que o corpo.
Para mim, ser poeta é uma
responsabilidade muito grande. Quando penso em Castro Alves, Gregório de Matos,
Cuíca de Santo Amaro, Rodolfo Coelho Cavalcante... (isto, só na esfera da
Bahia) me sinto pequenininho. Não me acho digno de ostentar o título. O que
alivia o meu sentimento é ver tanta gente, só porque escreve alguns versos, se
auto-intitulando de poeta, sem ao menos procurar conhecer a história dos
grandes poetas; sem procurar saber alguma coisa sobre a própria poesia. Mesmo que
não faça uso do que leu, acredito que seja necessário saber “onde está pisando”.
Eu, pelo menos, procurei e procuro saber alguma coisa sobre os poetas e sobre
poesias. É este pouco saber que me salva.
AJ Cardiais
15.11.2011
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