Quem vê beleza na
favela,
é porque sabe que
nela
mora um monte de
rimas.
E as obras primas
dos barracos
elevam a
imaginação.
Quem vê a favela
morta,
sem respiração,
não sabe onde é
sua aorta,
nem como pulsa
seu coração.
Quem tem siso de
glória,
inventa uma porta
bandeira.
Quem tem no pé a
rasteira,
diz alô a sua
história.
Quem mal reflete
seu bucho,
pode se dar ao
luxo
de querer tanta
besteira.
Tem na miséria a
memória
que o luxo é sua
glória
e se apraz com
tranqueira.
A.J. Cardiais
Um comentário:
A beleza está nos olhos de quem observa. Muito do que é belo para os que apenas passam, pode ser terrível para quem vive a realidade. Outras vezes, o que nada significa para um estranho, tem uma beleza ímpar para quem o vive.
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