imagem: a.j. cardiais
Este título é de um chamariz e tanto, já que as pessoas
hoje em dia só pensam em ganhar muito e trabalhar pouco, ou sem fazer nada. Mas
para mim ele (o título) passaria “batido”, pois já sou vacinado contra isso.
Quer dizer: sou vacinado, não porque caí no “conto do vigário”. Sou vacinado
porque fui alertado desde pequeno. Foi o seguinte: quando eu era pequeno, eu
sempre ia com meu pai à feira aos sábados, fazer compras. Num destes, passou um
homem “vendendo” um maço de dinheiro. Vendo aquilo, cutuquei meu pai e disse:
pai, olhe! Meu pai olhou a cena, olhou pra mim e disse: você é besta? Eu não
entendi porque eu era besta, se estava querendo levar vantagem. Ora, se o homem
estava vendendo um bolo de dinheiro, por um valorzinho de nada, o besta era ele
e não eu. Mas também não perguntei por eu era besta, fiquei com isso guardado.
Muito tempo depois, sem perceber que aquela “lição não explicada” tinha fincado
raiz dentro de mim, fui “assediado” por um colega de trabalho a participar de
uma “corrente” chamada “pirâmide”. Aí ele me explicou tudo direitinho, como
funcionava a tal “corrente”. Analisando a tal “pirâmide”, nunca tinha sido tão
fácil ganhar muito dinheiro. Mas nessa hora, a pergunta do meu pai veio à tona:
você é besta? É, esta corrente está muito fácil... E, como sempre, se ela
arrebentar, o lado mais fraco e que cairá. Então resolvi ficar de fora da tal
“pirâmide”. Algum tempo depois eu fiquei sabendo que ela havia arrebentado de
vez, lá nos Estados Unidos, e derrubado muita gente. Depois este mesmo colega
veio com outra proposta, sobre uma firma ou sei lá o quê, que vendia de uma
agulha até um avião. Era só comprar os produtos e revender. Produtos de fácil
aceitação e etc. Então levou-me para uma palestra deles no Centro de
Convenções. Chegando lá: muita gente jovem, bonita, bem vestida, terno e
gravata, cada um com um brochinho significando um grau dentro da hierarquia e
etc. Todos começaram do nada, e hoje estavam com uma “posição” dentro da
“armação”. O que eu teria que fazer? Simplesmente comprar um kit ensinado com
vender, como ser bem sucedido e etc e tal. Depois era só comprar os “produtos”
e revender. Conforme a venda, ganhava brindes como: fim de semana em tal lugar,
com tudo pago. Conheço uma pessoa que realmente ganhou. Ele e a esposa foram para
o Paraná, por conta da tal “firma” (ou sei lá o quê), por terem vendido
bastante. Mesmo sabendo (e vendo) todas estas vantagens, preferi ficar de fora.
Tempos depois começaram a aparecer nos noticiários as falcatruas deste grupo:
pessoas que perderam tudo, pessoas que ficaram loucas por terem escutado tanto
o tal “kit orientador”... Um monte de coisas. Fiquei sem saber o resultado do
meu colega que sempre me convidava para estas “empreitadas”, porque eu estava
trabalhando em outra repartição. Poderia muito bem ter ligado para ele e
perguntado o que aconteceu. Mas preferi deixar de mão, já que eu não tinha
entrado na “brincadeira”. E assim tenho escapado dos “ganhos fáceis”.
Resolvi escrever este texto, porque tenho visto um anuncio
no facebook, referente a ganhar tanto por hora, sem sair de casa. Pode ser até
que seja verdade, mas minha pergunta é a seguinte: quem iria ficar divulgando
que está ganhando muito dinheiro, sabendo que muita gente se interessaria, e
com a concorrência diminuiria os seus ganhos? Será que tem alguém tão
“bonzinho” assim? Quem gosta de dinheiro fácil, que se arrisque.
A.J. Cardiais
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