imagem: aj cardiais
Minha maior preocupação é
escrever textos que tenham “utilidades”. Textos que sirvam para despertar
alguma coisa no leitor. Não estou tão preocupado com a “qualidade”. Preocupo-me
sim, com a gramática, pois escrever corretamente é muito importante. Mas infelizmente parece que até isto está
sendo deixado para trás por alguns escritores, porque tenho lido alguns livros
e textos em que não há esta preocupação com a pontuação e etc. Mas como não
tenho nada com a vida dos outros, sigo o meu ideal.
O que é preciso dentro da
literatura (e das artes em geral) é acabar com a “discriminação”. O que é que
faz um livro ser “bom”? É o número de vendagem ou a informação? E o que é que
faz um livro vender muito? É a estratégia de marketing ou o conteúdo? Tem gente
que fica à cata de best-sellers, simplesmente para comentar que já leu, e não
para adquirir algum conhecimento. Sinceramente, eu só leio o que me interessa.
Não leio algo só para “dizer que já li”. Quando, por acaso, algum “best-seller”
chega às minhas mãos (Eu sou difícil comprar. Já não compro os que me interessam
por falta de grana), eu leio a primeira página, a segunda... Se não der para
“engolir”, abandono a leitura. Eu gosto de ler o que me dá prazer em ler. Algo
que, de alguma forma, me satisfaz. Já li livros difíceis de serem “digeridos”,
mas eram assuntos que me interessavam. Às vezes eu tinha que ficar “ruminando”
um assunto, para ser bem digerido. Não
estava lendo simplesmente para ficar comentando na internet e etc.
Vou dar um exemplo: eu comprava
muito livro “do balaio”. Quando eu passava pela porta das livrarias e via
aquele monte de livros no balaio, a preço de banana, eu tinha que dar uma
olhada para ver se algum me interessava (são meus objetos de consumo: discos e
livros). Numa dessas “investidas”, comprei um livro intitulado “A Cidade de Alfredo
Souza”, de José Angeli. Quando comecei a ler, não consegui passar da segunda
página. Foram várias tentativas e
desistências. Resultado: deixei o livro de lado. Oito anos depois, não tendo
nada o que ler, resolvi enfrentá-lo: forcei a barra. Quando consegui passar da
segunda página, a história ficou maravilhosa... A leitura estava tão boa, que
resolvi levar o livro para o trabalho para devorá-lo. Quando estava voltando
para casa, encontrei com um amigo, o poeta Figueiredo. Vendo o livro, ele
falou: rapaz, eu tenho um livro desse. Já tentei ler, mas nunca consigo passar
de segunda página.
Então eu falei: tem uns oito anos
que comprei este livro, e também não conseguia passar da segunda página. Ontem
resolvi forçar a barra e descobri uma leitura deliciosa. Agora estou devorando-o. Hoje mesmo
acabo de lê-lo. Resultado: depois de devorar o romance, fiquei querendo outro
que tivesse “o mesmo sabor”.
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