imagem: google
Hoje, 4 de dezembro, aqui na Bahia este dia é consagrado a Santa Bárbara. Para o povo do candomblé é Iansã, a deusa dos ventos e das tempestades. Se você for ao Centro Histórico, principalmente à ladeira do Pelourinho, em frente à igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, você encontrará um monte de gente trajando vermelho. É o povo do candomblé. Fica uma coisa linda, aquele monte de gente vestida de vermelho ou vermelho e branco. A procissão sai da igreja citada, circula algumas ruas do Centro Histórico, e encerra o cortejo no quartel do Corpo de Bombeiros, na Baixa dos Sapateiros. Lá é servido um caruru aos fiéis. Santa Bárbara é a padroeira (eu acho que é esse nome) do Corpo de Bombeiros. Imaginem a força do sincretismo: Uma santa da igreja católica, sendo cultuada por pessoas do candomblé, com as iguarias, as cores e tudo mais. Durante a procissão tem muita gente que se manifesta (dá santo). Se é de fingimento ou não, eu não sei. Depois que esses grupos folclóricos passaram a divulgar os rituais, tem gente que finge tão bem, que só mesmo quem é vidente para desmascarar o fingidor.
Engraçado é que teve uma autoridade da igreja católica, que queria “acabar” com o sincretismo religioso. Eu tenho a impressão que ele estava achando que a igreja católica era que estava “ajudando” o candomblé, ou coisa assim. Se ele soubesse que, com este ato, esvaziaria a igreja católica, nem pensaria em tal besteira. Acredito que alguém deve ter alertado ele, pois essa coisa ficou no esquecimento, eu que me lembrei agora.
Se você for à igreja do Bomfim, às sextas-feiras, e à igreja de São Lázaro, às segundas-feiras, aquele monte de gente vestindo branco, é o povo do candomblé.
As autoridades da Cidade do Salvador deveriam ter um carinho todo especial com o candomblé. Se a cidade é movida ao turismo, é graças a esse povo. O que mais atrai os turistas a Salvador são as festas de largo e os candomblés. E quem está promovendo, participando, fazendo toda essa folia é o povo do candomblé.
Salve Iansã, hêpa rei, oiá! Saravá! Axé.
A.J. Cardiais
04.12.2011
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