Nesse mundo virtual onde existem tantas possibilidades para tudo o que quisermos ler e ouvir, há opção para todos os gostos. Diferente das redes socias onde as pessoas são obrigadas a engolir tudo que lhes é jogado à cara (quando delas participam), os blogs têm, para mim, uma grande vantagem em relação à elas: são vistos apenas por quem realmente tem interesse em vê-los e no momento em que quiserem ver.
Sou um ouvinte/leitor promíscuo e não tenho preconceito contra nada nesse mundo virtual de informações (tampouco no não-virtual). Ninguém obriga ninguém a gastar a ponta do dedo no teclado para que visitem seus blogs. Eu mesmo, quando publico algo aqui, não espero em troca qualquer tipo de reação instantânea, até porque reações instantâneas soam (quase sempre) muito superficiais. Acho preferível que as pessoas fiquem à vontade para absorverem as coisas no momento em que elas estiverem realmente a fim e, mais importante ainda, se estiverem a fim. Quando veem, é porque querem ver (tu, por exemplo, que estás lendo isso agora, estás lendo porque queres, e não porque peguei em teu braço e te trouxe até aqui à essa tela). Por aqui não existem imposições aos olhos ou aos ouvidos. Só há sentido perder tempo com aquilo que nos acrescenta algo. Por isso eu só procuro o que, de alguma maneira, faça somar. Como aconteceu há minutos atrás. Estava procurando discos de música brasileira e me lembrei de um blog que há tempos eu não visitava. Chama-se "Nada será como antes...".
É um blog de música brasileira boa das antigas. E, apesar de muita coisa eu já conhecer (meu lado patriótico-musical-literário é forte), outras tantas eu jamais sequer tinha ouvido falar. E esse é o grande barato pra mim. Poder descobrir e redescobrir coisas que, às vezes, justamente pelo fato de serem tantas as opções, deixamos um pouco de lado. Num mundo onde uma grande parcela das pessoas está mais preocupada somente com tudo o que é novo, acho admirável alguém que se preste a resgatar apenas coisas da mais absoluta importância dentro do nosso baú nacional-cultural.
É claro que existe muita coisa boa surgindo por aí. Acho de uma chatice sem tamanho aquele tipo de gente nostálgica que reclama das novidades, que faz comparações do antigo com o novo como se o antigo fosse melhor (existe merda desde que o mundo é mundo), que julga ter sido mais criativo o tempo em que se escrevia "foda-se" com PH do que hoje, que se escreve com F mesmo. Conheci muita gente assim na vida, gente mais velha do que eu, claro. Acontece que a internet também está aí para isso. Para que conheçamos e reconheçamos as coisas. Quem quiser, conhecerá e reconhecerá. Quem não, que se foda (com f). Que fiquem lendo e ouvindo apenas aquilo que lhes é jogado à cara e aos ouvidos sem que façam o menor esforço de saber que também existiram e continuam existindo coisas que não aparecem no programa do Faustão. O problema é deles! Esquecem que a mesma internet que usam para "curtir" num facebook da vida, também pode ser usada para curtir outras coisas. Não estou aqui generalizando, querendo dizer que todos que usam deixam de se importar com coisas mais relevantes (generalizações são burras). Felizmente existem os que "curtem" tudo ao mesmo tempo, sem esquecer do que já deixou de ser curtido pela massa. Como esse cara desse blog, que resgata pérolas verdadeiras da nossa música. Músicas que não são importantes apenas porque são bonitas. Músicas que não tocam insistentemente nas rádios. Músicas que não são apenas moda. São músicas que, além de serem bonitas e já terem, um dia, tocado nas rádios, também fizeram, com aquilo que queriam dizer, parte da história desse país.
Certas coisas martelam na cabeça até doer porque entram pelos olhos e ouvidos a todo instante, mesmo que não queiramos. Depois passa.
Outras coisas deixam rastros mais silenciosos e permanentes. São essas que me interessam.
Eis um exemplo:
Sou um ouvinte/leitor promíscuo e não tenho preconceito contra nada nesse mundo virtual de informações (tampouco no não-virtual). Ninguém obriga ninguém a gastar a ponta do dedo no teclado para que visitem seus blogs. Eu mesmo, quando publico algo aqui, não espero em troca qualquer tipo de reação instantânea, até porque reações instantâneas soam (quase sempre) muito superficiais. Acho preferível que as pessoas fiquem à vontade para absorverem as coisas no momento em que elas estiverem realmente a fim e, mais importante ainda, se estiverem a fim. Quando veem, é porque querem ver (tu, por exemplo, que estás lendo isso agora, estás lendo porque queres, e não porque peguei em teu braço e te trouxe até aqui à essa tela). Por aqui não existem imposições aos olhos ou aos ouvidos. Só há sentido perder tempo com aquilo que nos acrescenta algo. Por isso eu só procuro o que, de alguma maneira, faça somar. Como aconteceu há minutos atrás. Estava procurando discos de música brasileira e me lembrei de um blog que há tempos eu não visitava. Chama-se "Nada será como antes...".
É um blog de música brasileira boa das antigas. E, apesar de muita coisa eu já conhecer (meu lado patriótico-musical-literário é forte), outras tantas eu jamais sequer tinha ouvido falar. E esse é o grande barato pra mim. Poder descobrir e redescobrir coisas que, às vezes, justamente pelo fato de serem tantas as opções, deixamos um pouco de lado. Num mundo onde uma grande parcela das pessoas está mais preocupada somente com tudo o que é novo, acho admirável alguém que se preste a resgatar apenas coisas da mais absoluta importância dentro do nosso baú nacional-cultural.
É claro que existe muita coisa boa surgindo por aí. Acho de uma chatice sem tamanho aquele tipo de gente nostálgica que reclama das novidades, que faz comparações do antigo com o novo como se o antigo fosse melhor (existe merda desde que o mundo é mundo), que julga ter sido mais criativo o tempo em que se escrevia "foda-se" com PH do que hoje, que se escreve com F mesmo. Conheci muita gente assim na vida, gente mais velha do que eu, claro. Acontece que a internet também está aí para isso. Para que conheçamos e reconheçamos as coisas. Quem quiser, conhecerá e reconhecerá. Quem não, que se foda (com f). Que fiquem lendo e ouvindo apenas aquilo que lhes é jogado à cara e aos ouvidos sem que façam o menor esforço de saber que também existiram e continuam existindo coisas que não aparecem no programa do Faustão. O problema é deles! Esquecem que a mesma internet que usam para "curtir" num facebook da vida, também pode ser usada para curtir outras coisas. Não estou aqui generalizando, querendo dizer que todos que usam deixam de se importar com coisas mais relevantes (generalizações são burras). Felizmente existem os que "curtem" tudo ao mesmo tempo, sem esquecer do que já deixou de ser curtido pela massa. Como esse cara desse blog, que resgata pérolas verdadeiras da nossa música. Músicas que não são importantes apenas porque são bonitas. Músicas que não tocam insistentemente nas rádios. Músicas que não são apenas moda. São músicas que, além de serem bonitas e já terem, um dia, tocado nas rádios, também fizeram, com aquilo que queriam dizer, parte da história desse país.
Certas coisas martelam na cabeça até doer porque entram pelos olhos e ouvidos a todo instante, mesmo que não queiramos. Depois passa.
Outras coisas deixam rastros mais silenciosos e permanentes. São essas que me interessam.
Eis um exemplo:
"Ninguém ouviu
Um soluçar de dor
No canto do Brasil
Um lamento triste
Sempre ecoou
Desde que o índio guerreiro
Foi pro cativeiro
E de lá cantou
Negro entoou
Um canto de revolta pelos ares
No Quilombo dos Palmares
Onde se refugiou
Fora a luta dos Inconfidentes
Pela quebra das correntes
Nada adiantou
E de guerra em paz
De paz em guerra
Todo o povo dessa terra
Quando pode cantar
Canta de dor..."
Clara Nunes em o "Canto das três raças".
Domingo. Dia perfeito para ouvir esse disco.
Ulisses Borges
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