sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Razão de Ser - Poema de Paulo Leminski





















    Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso,
    preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
    Escrevo porque amanhece,
e as estrelas lá do céu
    lembram letras no papel,
quando o poema me anoitece.
    A aranha tece teias.
O peixe beija e morde o que vê.
    Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?

Paulo Leminski 
imagem: google

Um comentário:

Fábio Murilo disse...

Como dizia Pessoa: "Da mais alta janela da minha casa, com um lenço branco, digo adeus aos meus versos que partem para a Humanidade. E não estou alegre nem triste. Esse é o destino dos versos. Escrevi-os e devo mostra-los a todos, porque não posso fazer o contrário, como a flor não pode esconder a cor, nem o rio esconder que corre, nem a árvore esconder que dá fruto". (Alberto Caeiro-heterônimo de Fernando Pessoa).

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